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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pensando sobre A Árvore da Vida

Quem nunca se perguntou o sentido da vida? Quem nunca questionou se Deus existe, como ele é? Quem nunca quis saber qual era o seu papel na sociedade e na vida das pessoas ao seu redor? E de onde viemos para onde iremos? Em vários momentos de nossa existência, se não em todos, a gente acaba fazendo estas indagações tanto para nós mesmos como para aquela força que rege a nossa vida e o universo.

Mas, existem situações em que tais questionamentos são mais presentes, como na perda de um ente querido... Mas difícil do que isto, é quando a morte não segue o seu fluxo natural, quando um filho vai antes que seus pais. Este é o ponto de partido do filme “A Árvore da Vida”, que busca levantar tais questões e fazer uma reflexão sobre as possíveis respostas e até mesmo a falta delas.

Diferente de um drama tradicional, este não tem “lágrimas fáceis” e nem uma “edição romantizada”. O longa metragem usa belas imagens, música clássica, mistura o real com o experimental, a poesia com a narrativa, a história com a crença, a natureza com a graça e, apesar de ter como figura mais evidente o filho mais velho, todos têm os seus momentos de questionamento... Onde eu errei? O que eu estava procurando? O que era e o que é a felicidade? E onde ela está: na família, no trabalho, numa casa, numa árvore, no dinheiro, no abstrato?

Caso vá assistir, se prepare para experimentar, mergulhe de cabeça, sem pensar! É um filme mais intimista, para espectadores que estão a fim de questionarem e, de certa forma, entrarem em contato no seu intimo com as questões que o enredo levanta.

O filme retrata vários momentos simples, pitorescos, daqueles que a gente só valoriza depois que eles passam e, apesar do longa ser ambientalizado quase todo nos anos 50, acredito que exista pelo menos uma cena que suscita alguma lembrança afetiva, talvez seja por isso que você escuta pessoas chorando em várias partes do filme como também outras se contorcendo de incomodo, porque nem todas as lembranças afetivas são felizes, porém, tantos boas quanto ruins, podem ajudar nós a sermos felizes, cabe a gente querer e não se perder como o protagonista.

Terrence Malick é o roteirista e diretor deste filme, ele é responsável pelo belíssimo “Além da Linha Vermelha”, que busca mostrar o íntimo, a humanidade no meio do caos da guerra, imagina o que ele propõe em “A Árvore da Vida”, onde busca o sentido da nossa existência e de Deus. Talvez ele queira explicar muito e não explique nada ou, quem sabe, ele explica algo tão simples que só pode ser complexo!