Meu projeto teve maior foco nos produtores e busca mostrar que o marketing pode ser aplicado em um programa de televisão, como também em outros produtos do meio audiovisual e de entretenimento.
Tive nota máxima na minha banca, 10! E com direito a lágrimas e tudo mais!
E como tudo começou?!
Em 2006, o SBT completou 25 anos e apostou em quatro projetos, entre eles, a versão brasileira do programa “American Idol”, que aqui se chamou “Ídolos”.
Nesse ano, eu trabalhava na Rádio Gazeta AM Universitária e era responsável por toda parte de comunicação e pelas coberturas de eventos. Junto com meu amigo e colega de trabalho na rádio, William Koike, acompanhei desde a coletiva de imprensa no lançamento do programa até a final, ao vivo. De dentro do estúdio, presenciamos quando o “Ídolos” conseguiu durante 25 minutos ficar à frente da Rede Globo.
Nessa cobertura, eu não fazia entrevistas – William era o responsável por essa tarefa.
Meu trabalho era tirar fotos para ilustrar as matérias no site da rádio. Ao mesmo tempo, prestava atenção no que estava acontecendo, nas pessoas; e como um produtor, enquanto meu colega entrevistava um, eu já estava vendo na outra ponta do estúdio quem ele poderia entrevistar e o que perguntar.
Eu estava no último ano de Publicidade e Propaganda e ao ver toda a campanha, estrutura e empenho do SBT na realização do programa, pensei que a partir dali a emissora voltaria a se firmar no 2° lugar de audiência. Conseguiria “entrar nos eixos”. Mas, em menos dois anos, quando voltei a estudar, percebi que o SBT havia se perdido.
No final de 2007, o canal deixou, definitivamente, de ocupar a vice-liderança; restringiu o contato com a imprensa, acabando com o departamento de assessoria; e, para minha surpresa, e acho que de muitos, perdeu o formato do “Ídolos” para Record.
Em 2008, estudando televisão, ouvi de meus amigos de trabalho, de faculdade, de professores, várias razões que levaram a emissora a esta situação; mas entre elas, uma me chamou a atenção: “O SBT não tem marketing”. Ao ouvir isto, pensei: “Então, o que foi aquilo que presenciei pessoalmente no ‘Ídolos’?”.
Ao invés de buscar as respostas no passado, me ative ao presente: a resposta do SBT à perda do “Ídolos” e a criação do “Astros”. Analisaria esse programa para tentar entender o que aconteceu e buscar saber realmente o que é marketing dentro de um programa e de um canal de televisão.
Ao definir o programa como meu objeto, o “Astros” foi tirado do ar e uma colega, que se tornaria uma grande amiga, me falou o que provavelmente algumas pessoas também queriam expressar: “Mas, por que o ‘Astros’? O SBT tem produtos com melhores resultados”.
A partir desse conselho, vi que teria que analisar o “Astros” como um produto, até mesmo para saber o que é um produto dentro de uma emissora. Será que um programa pode ser um produto, tal como um sabonete? E, além disso, será que ele é realmente visto e tratado como tal?
Desse modo, resolvi estruturar minha análise do “Astros” adotando a mesma teoria que fundamenta o marketing, a teoria dos 4 Ps. Porém, também busco saber o que são “bons resultados”, será que somente pontos de audiência são capazes de relevar isso?
Além disso, tenho como objetivo pessoal, saber o que é um publicitário, um profissional de marketing dentro de um programa, de uma produção... Ele também não pode ser um produtor? Essa “rixa velada” não gera prejuízos e mais preconceito sobre cada área? E, da mesma forma, não pode haver produtores-publicitários também?
Esta monografia, caro leitor, é tanto para radialistas, publicitários e, principalmente, para aqueles que gostam de televisão e da área do audiovisual e do entretenimento; por esse motivo, busquei, em alguns pontos, ser o mais didático possível.
Vocês notarão que há depoimentos de profissionais de outras emissoras, foi a forma que encontrei de não deixar que esta monografia se tornasse “chapa branca” do SBT. Assim apresento vários pontos de vista e isto gerou uma análise transparente, fez com que o método empregado não fosse só um reflexo do SBT, mas também de outros canais, como FOX, TV Cultura, Gazeta e Oi TV.
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